15 de agosto de 2017






Há vinte anos era impossível, até para os mais visionários, imaginar quão longe a tecnologia nos levaria. Numa onda crescente, as máquinas, antes vistas apenas em filmes de ficção tornaram-se mais que reais. Afinal, o homem é um ser em constante desenvolvimento e o que estimula sua criatividade é a inquietude de criar, recriar e aperfeiçoar. A telefonia é a tecnologia mais presente em nosso dia a dia, trazendo comodidade e integração com o mundo e chega ao mercado aos milhares, mais funcional, mais moderna e mais rápida a cada lançamento.

Aparentemente inofensivo, o aparelho celular está na vida de quase todos nós, cada vez mais cedo e nos bombardeando de aplicativos e informações. Parece haver um contraste: quanto mais tecnologia, menos interação humana. O tempo ficou escasso, quando esperava-se que a agilidade da tecnologia nos pouparia as horas e não ao contrário. Pesquisas de campo mostram que verificamos o aparelho celular 150 vezes por dia, em média, o que pode nos deixar mais dispersos e menos focados em nossas tarefas, perdendo qualidade de produção e de vida.

O uso excessivo da tecnologia pode reduzir o tempo para esfriar a cabeça e enfrentar dilemas. Muitos estão “available” 24 horas por dia, mas perdem o real poder de comunicação, concentração, discernimento, interação humana, além das perdas também físicas, como problemas de coluna, sobrepeso, visão e distúrbios do sono, que por sua vez causam ansiedade e estresse e contribuem para a dependência e a depressão, que necessitam tratamento mais efetivo com terapias e medicamentos.

As crianças e jovens podem sofrer com o desenvolvimento da linguagem, pois menos áreas cerebrais são acionadas, dificuldades na escola e nos relacionamentos, principalmente com a família. A tecnologia que diminui as distâncias geográficas pode ser a mesma que afasta quem está ao lado: a família, os amigos, os colegas... Pode nos fazer desatenciosos, frios e tristes, com eventual perda da capacidade de enxergar o outro e assim alcançar autoconhecimento.

A máquina humana é bem mais complexa que qualquer computador repleto de cabos, placas, dispositivos, sensores e comandos. A sobrecarga de informações pode gerar vazios de vida, com a perda do olho no olho, conversas reais, risadas e abraços. Se você quiser conversar, pessoalmente, pelo telefone ou via web, acesse www.cvv.org.br.

Adriana Carrara
Colaboradora do Blog do CVV

0 comentários:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.