27 de fevereiro de 2017


Em um dos carnavais do final dos anos 70, o samba-enredo da União da Ilha do Governador caia no gosto do público com a provocação: "Como será o amanhã? / Responda quem puder...". A dificuldade em solucionar essa questão, lançada pelo sambista João Sérgio, se dá pelo fato de que o cenário do amanhã diz menos respeito ao campo das certezas e mais ao das probabilidades.

As ciências podem descrever certos fenômenos naturais vindouros e até precisar o momento em que ocorrerão, mas não se consegue falar com a mesma precisão sobre o comportamento humano e as relações intersubjetivas que se estabelecem. O mundo tem nos revelado diariamente que não há mais lugar para a fixidez. Estamos na era da modernidade líquida, como dizia o sociólogo polonês Zygmunt Bauman.

O apego extremo ao passado ou àquilo que se nos configura como portos seguros de nossas vidas pode nos arrastar para o mundo das ilusões perdidas, empurrando-nos para fora da agenda da vida. Os tempos são outros. São tempos modernos e o futuro já começou. Ele se constrói a cada momento, sobretudo, quando simplesmente nos permitimos, quando não adiamos as decisões que precisamos tomar de imediato e não abrimos mão da construção da felicidade.

Mas quem está apto a viver neste mundo marcado por tantas transformações? O psicopedagogo americano Carl Rogers, precursor da linha teórica conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa, ao refletir sobre a pessoa do amanhã no livro Um jeito de ser, destacou acreditar que essa seria o jovem, de cabeça e também de espírito. As pessoas do futuro enfrentam uma mudança de paradigma, tornam-se novas, adotam outros preceitos de vida.

Vale lembrar que tudo é um processo e fruto de um trabalho interior, pois só nos tornaremos inteiros no amanhã se não nos deixarmos mortificar pelo medo, se nos revestirmos de coragem para nos libertarmos das amarras que ainda nos aprisionam. Assim, é preciso buscar incansavelmente nossa felicidade!



Ageirton
CVV João Pessoa/PB

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